Bela Calígula
De Augusto Sobral
"Bela-Calígula torna-se pedra branca nas biografias de Augusto Sobral, Rogério Vieira, Silvina Pereira e Manuel Cintra" Fernando Midões, Diário Popular
Ficha artística

Direcção:

Rogério Vieira

Interpretação:

Silvina Pereira | Manuel Cintra | Fernando Nascimento
Sinopse
O que possa haver de Pirandeliano em «BELA CALÍGULA», é resultado da pré-existência das personagens, Florbela Espanca e Gaius Germanicus, que foram adquirindo corpo junto da minha mesa de trabalho, depois de uma intensa e longa leitura na qual em cada página, referente a um ou referente a outro, mais se aproximavam no processo subjectivo, quanto mais distante e esbatido ia ficando todo o trabalho de levantamento dos respectivos enquadramentos históricos ou simplesmente épocais. De toda a informação recolhida acabava por ter maior eco em mim, aquela que num estudo histórico rigorosa seria insignificante. E, pouco a pouco, ia-se desenhando um conflito imaginário, tão profundamente interiorizado que era cada vez mais entusiasmante. Poderia esse conflito imaginário ter um desenvolvimento autónomo? Poderia dispensar a comunicação da investigação que o determinava? Era evidente desde o princípio que não. Haveria de criar com a própria linguagem uma ponte entre o imaginário e o documento, partindo da desmontagem do próprio processo de criação teatral, construindo, destruindo, e reconstruindo. Este confronto de várias linhas trouxe-me à memória os clássicos «impromptus» de Moliére, que por motivos óbvios me recuso a traduzir por «improvisos», onde a pretexto da desmontagem do teatro se abria caminho para o confronto de tudo quanto se quisesse trazer a público, desde as grandes questões , às questiúnculas. As grandes questões surgiram logo na própria elaboração do texto, paralelamente ao desenvolvimento do tema que a presença das personagens sugeria. Uma delas impunha, implicitamente a relação entre Teatro e Poesia. A escrita impunha que integrada no Teatro a Poesia teria de ser acentuada no valor da palavra, no vocábulo com toda a extensão da sua ambiguidade. Portanto, hoje e aqui, representa-se Teatro da Palavra, capaz por si própria de erguer sensações visuais e auditivas, além do seu sentido vocabular. E portanto, também, se representa Teatro de Arte de Actor, o único agente capaz de operar essa transformação da palavra, a mesma, em quantas forem as situações que o próprio actor seja capaz de interiorizar. Difícil? Com certeza que sim, dificílimo. Mas não creio que possa existir Teatro, sem isso. Augusto Sobral
Sobre o espectáculo
– Cartaz
– Programa
– Imprensa
Sinopse
O que possa haver de Pirandeliano em «BELA CALÍGULA», é resultado da pré-existência das personagens, Florbela Espanca e Gaius Germanicus, que foram adquirindo corpo junto da minha mesa de trabalho, depois de uma intensa e longa leitura na qual em cada página, referente a um ou referente a outro, mais se aproximavam no processo subjectivo, quanto mais distante e esbatido ia ficando todo o trabalho de levantamento dos respectivos enquadramentos históricos ou simplesmente épocais. De toda a informação recolhida acabava por ter maior eco em mim, aquela que num estudo histórico rigorosa seria insignificante. E, pouco a pouco, ia-se desenhando um conflito imaginário, tão profundamente interiorizado que era cada vez mais entusiasmante. Poderia esse conflito imaginário ter um desenvolvimento autónomo? Poderia dispensar a comunicação da investigação que o determinava? Era evidente desde o princípio que não. Haveria de criar com a própria linguagem uma ponte entre o imaginário e o documento, partindo da desmontagem do próprio processo de criação teatral, construindo, destruindo, e reconstruindo. Este confronto de várias linhas trouxe-me à memória os clássicos «impromptus» de Moliére, que por motivos óbvios me recuso a traduzir por «improvisos», onde a pretexto da desmontagem do teatro se abria caminho para o confronto de tudo quanto se quisesse trazer a público, desde as grandes questões , às questiúnculas. As grandes questões surgiram logo na própria elaboração do texto, paralelamente ao desenvolvimento do tema que a presença das personagens sugeria. Uma delas impunha, implicitamente a relação entre Teatro e Poesia. A escrita impunha que integrada no Teatro a Poesia teria de ser acentuada no valor da palavra, no vocábulo com toda a extensão da sua ambiguidade. Portanto, hoje e aqui, representa-se Teatro da Palavra, capaz por si própria de erguer sensações visuais e auditivas, além do seu sentido vocabular. E portanto, também, se representa Teatro de Arte de Actor, o único agente capaz de operar essa transformação da palavra, a mesma, em quantas forem as situações que o próprio actor seja capaz de interiorizar. Difícil? Com certeza que sim, dificílimo. Mas não creio que possa existir Teatro, sem isso. Augusto Sobral
Sobre o expectáculo
– Cartaz
– Programa
– Imprensa
Ficha artística

Direcção:

Rogério Vieira

Interpretação:

Silvina Pereira | Manuel Cintra | Fernando Nascimento

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